Um dos maiores riscos inerentes à operação de hidroaviões é a possibilidade de contacto da ponta das asas com a água , durante a amaragem e descolagem . Foi assim que o Yankee Clipper se desintegrou , quando tentava pousar no Tejo .
Os técnicos da Boeing desenvolveram um sistema engenhoso para tentar minorar os riscos da operação "marítima" , integrando na fuselagem dois hidroestabilizadores , estruturas paralelas às asas e colocadas sensivelmente sobre a "linha de água" . A sua função principal era aumentar a estabilidade do aparelho quando este estava a flutuar , nomeadamente em condições de mar agitado , circunstância que em muito aumentava a probabilidade de contacto devido às oscilações laterais . No entanto , os hidroestabilizadores foram também aproveitados para alojarem quatro tanques de combustível , o que permitiu dar a estas aeronaves autonomia para voos transatlânticos , tornando-se esta a sua função secundária . Além destes , o B314 dispunha de mais dois tanques de combustível nas asas , que só era consumido depois dos tanques dos estabilizadores estarem vazios .
Outra forma curiosa de aumentar a estabilidade , após a amaragem , era abrir umas válvulas nos estabilizadores que faziam com que estes se enchessem rápidamente de água ( o combustível já tinha sido gasto , na viagem ) de forma a funcinarem também como "lastro" .
Era complexa e perigosa a operação deste tipo de aeronaves , como se constata pelo número relativamente elevado de acidentes ocorridos na altura , o que fez com que logo no pós guerra os aviões de "terra" ocupassem o seu lugar no transporte aéreo , para não mais o largarem .