Em 1943 a meteorologia estava longe de ser uma ciência exacta ( ainda hoje não o é , embora seja muitíssimo mais fiável do que então ) , como se demonstra por esta previsão do Serviço Meteorológico do Exército inserida na edição do Diário de Lisboa de 22 de Fevereiro , véspera do acidente . De acordo com as notícias publicadas na imprensa da época , na altura dos factos Lisboa estava debaixo de uma forte trovoada , circunstância que , à luz dos conhecimentos actuais , poderia ter contribuido para este trágico desfecho .
A ocorrência de "downbursts" , rajadas fortíssimas de vento dirigidas "de cima para baixo", em situações de violentas tempestades ( cumulonimbos ) , é hoje um facto claramente demonstrado e que se julga ter causado uma série de acidentes fatais nos últimos trinta anos . Em linguagem aeronáutica recente este fenómeno é conhecido por "windshear" ( mudança súbita e brutal da direcção do vento ) , condição que pode tornar qualquer avião virtualmente incontrolável .
Nas últimas décadas foram desenvolvidos equipamentos e técnicas de pilotagem que permitem minimizar as consequências deste tipo de rajadas , mas a regra básica continua a ser evitar operar sob este género de fenómeno meteorológico . Se possível , claro .